segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Dilma recebe notificação da abertura do processo de impeachment

A Câmara dos Deputados entregou na quinta-feira (3) a notificação sobre a abertura do processo de impeachment para a presidente Dilma Rousseff. Com isso, começou oficialmente a contar o prazo para que ela apresente a defesa. No Congresso, os partidos já começaram a indicar os deputados que farão parte da comissão especial que vai analisar o pedido.

Foi um pedido do governo: que os líderes de partidos aliados ficassem em Brasília. O governo quer ter logo nas mãos os nomes dos deputados que vão participar da comissão que vai analisar o impeachment.

O prazo para as indicações vence na próxima segunda-feira (7), às 14h. Às 18h, numa sessão extraordinária, as indicações serão confirmadas.

E na própria segunda, ou no máximo na terça-feira (8), a comissão elege, em votação secreta, presidente e relator.

Sessenta e cinco deputados, de todos os partidos, vão participar da comissão. Doze já foram escolhidos: Sarney Filho (PV); Jhonatan de Jesus e Vinicius Carvalho, do PRB; Afonso Motta e Dagoberto, do PDT; Paulo Pereira da Silva e Arthur Oliveira Maia, do Solidariedade; Antônio Jácome, do PMN; Alex Manente, do PPS; Ivan Valente, do PSOL.

E o PT confirmou a indicação dos líderes José Guimarães e Sibá Machado. Os outros seis nomes do partido serão anunciados na segunda-feira.

Líderes disseram nesta sexta-feira (4) que estão sendo pressionados pelo governo para que indiquem apenas os deputados absolutamente fiéis ao Palácio do Planalto. Por isso, a cobrança de pressa nas indicações. Todos os nomes vão ser submetidos ao chamado ranking da fidelidade. A lista que mostra como cada deputado votou em matérias de interesse do governo.
Na bancada do PMDB, a pressão é ainda maior. A bancada é dividida entre quem defende e quem é contra o impeachment. Até agora, nenhum nome foi confirmado.
O governo também insiste em cancelar as férias, o recesso dos parlamentares.

“Nós entendemos que realmente tem que ser muito rápido. O Brasil não pode parar. Qualquer que seja a decisão, que seja a mais rápida possível. O Brasil tem que amanhecer 2016 resolvido esse problema”, disse o deputado Sibá Machado, líder do PT na Câmara.

A oposição, que chegou a defender o cancelamento do recesso, agora quer exatamente o contrário: o Congresso parado.

“Nosso sentimento inicial era de que isso ocorresse o mais rápido possível, mas o que nós estamos percebendo que há um atropelo enorme do governo, uma mobilização muito grande do governo para que não haja manifestações, para que a população não se inteire do que está acontecendo”, explicou o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Eduardo Cunha repetiu nesta sexta que vai aguardar a decisão dos líderes sobre ter ou não o recesso. Uma decisão que não vai afetar a situação dele no Conselho de Ética, que discute abertura de processo contra ele por quebra de decoro.


Pelo regimento, mesmo que o recesso seja cancelado, o conselho vai ficar parado. Na próxima reunião, terça-feira, o conselho se reúne para decidir se abre o processo de cassação do mandato dele.

Cunha é suspeito de ter mentido à CPI da Petrobras quando disse que não tinha contas no exterior não declaradas à Receita Federal. Extratos bancários enviados pelo Ministério Público da Suíça à Procuradoria Geral da República mostraram que o deputado usou empresas de fachada para movimentar contas naquele país. Cunha também é investigado na Operação Lava Jato por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

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