quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Filha de Joelma preocupa fãs com mensagem misteriosa

Natália Sarraff publicou na noite da última quarta-feira (9), uma mensagem que fez os fãs ficarem bastante preocupados. A filha de Joelma, usou suas redes sociais para escrever um texto enigmático que deixou os amigos sem saber do que se tratava.

“Infelizmente eu não posso falar tudo o que gostaria, mas a coisa é mais séria do que pensam. Por isso deixo bem claro aqui para todos saberem, se algo acontecer comigo ou qualquer pessoa da minha família. Deus fará a justiça, e no meio de tudo isso só existe ‪#‎um culpado", dizia.

Desde que a polêmica da separação de Joelma e Chimbinha começou, Natália sempre mostrou estar do lado da mãe e apoiando a ex-vocalista do Calypso.


Flagrantes mostram agressão a vítimas de furtos em São Paulo

Divulgação: Internet
Muita gente aproveitou o feriado da consciência negra em São Paulo pra fazer compras no Brás -- a principal região de comércio da cidade. Mas com uma preocupação a mais, por causa dos flagrantes de assaltos que o Jornal Nacional mostrou nessa semana.

O Brás atrai gente de todo lugar porque ali o dinheirinho rende.

“Do jeito que tá a crise, a gente tem que procurar o lugar mais barato. E aqui é o lugar certo”, afirma a cozinheira Rita de Cássia.

Nesta sexta-feira (20), os consumidores estavam preocupados em proteger as bolsas e mochilas.

“Eu peguei mais pequena que a gente tinha em casa, coloquei na cintura e deixei bem aqui escondidinha. Falei "vamô na fé e é isso", conta uma mulher.

Todos eles viram pela TV os ataques dos ladrões ali até alguns dias atrás.

Muitos estrangeiros vivem no Brás. Ali, haitianos, africanos e bolivianos trabalham como camelôs e tem duas preocupações: correr da polícia para não perder as mercadorias que vendem e fugir do ataque das gangues.

Na semana passada, o Jornal Nacional registrou imagens das ameaças e ataques dos ladrões a quem vende na rua ou passa por ali.

O boliviano é cercado e, ao tentar se livrar toma muitos tapas na cabeça.

As agressões acontecem sempre no fim da tarde. O jovem boliviano é roubado. Apanha de homens e até de uma mulher.

Os ladrões tomam tudo de um outro e saem correndo no meio da multidão.

A violência aumenta. Outro flagra mostra o espancamento que acontece atrás de um ponto de ônibus.

A camisa de um homem, também boliviano é toda rasgada. Ele tenta correr enquanto uma mulher continua batendo. Depois que se livra da gangue, ele para diante de uma loja fechada e usa a camisa para limpar o rosto, sujo de sangue.

Jornal Nacional: Assaltaram o senhor ali?
Homem: Sim.
Jornal Nacional: O que que fizeram com o senhor?
Homem: Tiraram meu celular, aí bateram em mim. Aí tem um grupo, mulheres, homens né? Eles te puxam e seguram, né?
Jornal Nacional: O senhor não procurou a polícia?
Homem: Não.
Jornal Nacional: Por que não procurou?
Homem: Eles não fazem nada. A polícia estava aqui.

No Brás, ninguém mais viu as ladras que, segundo os comerciantes, formam a gangue das bonitonas.

Na semana passada, a equipe do Jornal Nacional gravou imagens delas dividindo o dinheiro dos crimes.

Nesta sexta-feira (20) o policiamento estava reforçado. Mesmo assim, os comerciantes do Brás resolveram contratar segurança particular.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo declarou que a polícia prendeu 30 pessoas essa semana na região do Brás e que está buscando identificar outros criminosos.

Operação do Bope deixa mais de 2.200 alunos sem aulas na Maré, no Rio de Janeiro


Ao menos 2.244 alunos ficaram sem aulas no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (10) devido a uma operação realizada pelo Bope (Batalhão de Operações Especiais) e pelo Batalhão de Choque no Complexo da Maré, na região norte da cidade.

Sete escolas municipais, uma creche e três Espaços de Desenvolvimento Infantil tiveram as aulas suspensas, além do Ciep Professor César Pernetta, localizado dentro do conjunto de favelas. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, as aulas serão repostas e as escolas "tem autonomia para tomar providências no sentido de garantir a integridade física e moral de seus alunos, professores e funcionários".

A Polícia Militar informou que a ação tem como objetivo de reprimir bocas de fumo e prender traficantes de drogas. Até às 13h, não havia registro de prisões nem apreensões.

O complexo reúne 16 favelas em que vivem cerca de 130 mil habitantes e foi ocupado pela polícia em julho, após a saída do Exército, que permaneceu cerca de um ano no local.

Jovens que vivem em Raqqa mostram "a verdade" da cidade que o Estado Islâmico tomou como sua capital

Divulgação Internet
Em declarações à BBC, um dos elementos da RBSS - galardoada, este mês em Nova Iorque, pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) com o prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa - deixou-se filmar e explicou como atuam e tentam passar informações. "Temos uma equipe de 18 repórteres que trabalham na cidade [de Raqqa] e mais dez pessoas em outras localidades. A equipe em Raqqa envia notícias, vídeos e fotografias, que são imediatamente apagadas dos seus aparelhos [telemóveis]. A equipe que está fora da Síria publica-as [online], faz entrevistas, escreve os artigos", começou por contar o jovem de 24 anos e um dos fundadores da RBSS.

Sem nunca revelar o seu nome - mas mostrando a sua cara para a câmara da estação britânica de televisão -, este sírio contou que outra forma de fazer chegar notícias aos restantes cidadãos passa pela edição de uma revista em Raqqa cujo nome - Dabea - se assemelha ao da publicação mensal do Estado Islâmico - Dabiq, onde o grupo terrorista manifesta, em edições em inglês e em francês, as suas intenções e dá conta das suas ações na Síria e no resto do mundo. "As capas são iguais. Por isso, civis ou mesmo militantes do Estado Islâmico agarram a revista sem perceberem de qual se trata.

Todos eles acabam por ver os nossos artigos, nos quais explicamos a situação que se vive na cidade, a verdadeira realidade", apontou.

Arriscar a vida pela verdade

"A Síria tornou-se um buraco negro de informação", afirmou o CPJ no verão passado. Já a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) colocou-a em 177.º lugar (em 180) na lista dos países com maior (ou menor) liberdade de expressão em 2015, apenas seguida do Turquemenistão, da Coreia do Norte e da Eritreia. Num país onde só neste ano já morreram seis jornalistas "apenas por causa desta atividade", avançam ainda a RSF, ser repórter representa um risco de vida.

O jovem sírio de 24 anos que falou com a BBC e contou alguns dos episódios por que a RBSS passou em nome da liberdade de expressão. "Um dos nossos fundadores viu o seu pai ser sequestrado pelos militantes do ISIS, que prometeram libertá-lo se em troca lhe entregássemos três dos nossos repórteres. Ele recusou-se e recebeu dois vídeos em que mostravam o pai sendo amarrado a uma árvore e depois executado, contou. Cientes dos riscos mas determinados a combater o terrorismo através da informação, adiantam também que a RBSS não vai parar. "Decidimos continuar a trabalhar, apesar de o Estado Islâmico passar o tempo à procura dos nossos repórteres. Como não conseguiram encontrar ninguém, enviaram um militante para a Turquia, onde decapitaram dois dos nossos amigos. Um deles trabalhava connosco. Até na Turquia... Pensávamos que aqui estaríamos seguros, mas não estamos", prosseguiu, explicando que "o inimigo" da sua organização não é o ISIS.

"Estamos a lutar contra a ideologia do extremismo. Se conseguíssemos derrotar o Estado Islâmico amanhã ou depois o problema voltaria a surgir com uma nova geração. Talvez passados dez anos surgisse um novo Estado Islâmico. Por isso é que estamos a lutar contra a ideologia. E como não temos armas combatemos online." Ao todo, a RBSS é seguida por quase 700 mil pessoas (entre Facebook, Twitter e YouTube), além das que acedem ao site raqqa-sl.com, onde as reportagens são disponibilizadas em árabe e inglês.

Bastidores do jornalismo em código aberto

A BBC inglesa acaba de lançar um projeto chamado BackStage (bastidores), com a revolucionária proposta de abrir seu conteúdo ao público e tornar possível o livre uso de softwares, texto, fotos, áudio e vídeos para projetos desenvolvidos por pessoas ou grupos de pessoas de fora da empresa.

Só mesmo uma super-tia (os ingleses chamam a BBC de auntie) poderia ser tão generosa e ao mesmo tempo tão audaz, pois é a primeira das grandes corporações jornalísticas do mundo a adotar um sistema pelo qual os usuários tornam-se co-participantes no desenvolvimento de novos projetos informativos.

O Backstage permite a um programador escarafunchar livremente parte dos conteúdos de programação e informação inseridos no site jornalístico da BBC, para remontar e recombinar os vários componentes como desejar. A parte disponível para livre manipulação refere-se a softwares e informações cujos direitos autorais são propriedade da emissora.

A BBC quer dar um passo adiante nos projetos de produção compartilhada de conteúdos. É uma combinação inédita entre softwares sem caixa preta, como o sistema operacional de código aberto Linux e projetos de produção coletiva de informações como a Wikipedia , enciclopédia de autoria aberta e gratuita.

O slogan do BackStage é ‘nosso material para você criar o seu’ – uma frase de efeito que faz parte do discurso politicamente correto desenvolvido por Ben Metacalfe , o cérebro do projeto: ‘O BackStage pretende criar uma comunidade de profissionais e amadores interessados na melhoria da informação voltada para comunidades e iniciativas públicas, sem fins lucrativos’.

Fora dos porões

É uma mudança importante que vai afetar a forma como é produzido o jornalismo pela internet e terá repercussões diretas nos demais veículos de comunicação. A produção compartilhada de notícias tende a transformá-las num produto gratuito de livre circulação e isento de direitos autorais. Apenas a informação processada ou indexada em bancos de dados seria sujeita a cobrança e propriedade exclusiva. Trata-se de uma mudança que ainda está nos primeiros estágios, mas lentamente começam a surgir os indícios de que ela é irreversível, como mostra a proposta da BBC.

Um dos itens do BackStage é a distribuição, via RSS (‘rich site summary’, sistema de distribuição gratuita de ‘feeds’ via web), do noticiário da BBC em 40 idiomas, entre eles o urdu, tamil, sinhala e nepalês. Detalhes aqui. Curiosamente nem o português e nem o espanhol estão nesta lista.

Como era previsível, surgiram de imediato críticas e advertências sobre direitos autorais do material publicado pela BBC em seu site. Para contornar futuras ações legais, a emissora desenvolveu um complicado conjunto de regras para a utilização de seu material. Tudo o que for colocado no site do BackStage pode ser usado, desde que sem fins lucrativos. Quem for remontá-lo deve informar periodicamente o andamento do projeto.

Cinco dias depois de lançado, o site do BackStage já registrava 19 protótipos de projetos em desenvolvimento, quase todos envolvendo programas de distribuição segmentada de notícias via RSS. Detalhes aqui. Os estrangeiros também podem participar.

Tecnicamente o projeto pode ser um êxito porque está se aproveitando de uma série de experiências anteriores em matéria de produção compartilhada e desenvolvimento de software em regime de código aberto. A grande incógnita é a sobrevivência comercial dos protótipos que começaram a ser criados. Mas, independente do seu futuro, uma coisa já é quase certa: o código aberto e a produção compartilhada abandonaram os porões da internet e para ocupar um lugar, ainda que discreto, na grande vitrine cibernética.

Tornado atinge Marechal Cândido Rondon e deixa rastro de destruição

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirmou que um tornado atingiu a cidade de Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná, na tarde desta quinta-feira (19). Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos 20 pessoas ficaram feridas. O internauta Mauricio Rieger gravou o fenômeno em formação.
Divulgação: Internet

O Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) informou que os ventos passaram de 115 km/h, deixando um rastro de destruição.

Ventos fortes também atingiram ao menos 14 cidades de Santa Catarina. Na zona rural de Chapecó, o Inmet confirmou que houve a passagem de um tornado. Segundo o instituto, ainda não é possível determinar a intensidade do fenômeno catarinense.

A prefeitura de Marechal Cândido Rondon informou que pelo menos 1,5 mil casas foram atingidas pelo vento forte. O levantamento preliminar também aponta que 200 empresas tiveram problemas com o tornado. Até a última atualização desta reportagem, 14 mil residências estavam sem energia elétrica.

De acordo com o meteorologista do Inmet Hamilton Carvalho, apesar de a estação do Paraná não ter captado o tornado em Marechal Cândido Rondon, foi possível identificar o fenômeno pelas imagens, pela formação de nuvens favorável, e pelo registro de ventos e quantidade de chuva.

Os bombeiros em Marechal Cândido Rondon estão atendendo a chamados e ainda não há informações de quantas árvores caíram ou foram arrancadas. Parte da cidade também está sem telefone.

A história dos blogs

Um dos acontecimentos mais relevantes da Internet na atualidade é o crescimento exponencial do número de blogs. Inicialmente avaliado como um fenômeno passageiro e restrito a uma minoria de utilizadores, rapidamente se verificou o contrário e os blogs começaram a proliferar a um ritmo vertiginoso. Surgiu um novo espaço na Internet, caracterizado pela liberdade de expressão, onde existe a possibilidade de cada um de nós partilhar pensamentos e opiniões com pessoas de todo o mundo. Esse espaço é o conjunto de todos os blogs e forma uma nova comunidade conhecida como blogosfera.

  Há cerca de 15 anos a palavra weblog foi utilizada pela primeira vez. Ainda que decidir qual foi o primeiro blog da história seja uma tarefa complicada devido a seu conceito um pouco difuso, o fato é que hoje não podemos analisar o mundo moderno sem considerar suas implicações.

  A cronologia dos blogs:
  •  1994: em janeiro deste ano, Justin Hallcriou o que se considera  como o primeiro blog. Trata-se de Links.net. Não é necessário dizer que nessa época o conceito de blog ou weblog nem sequer existia. Não era um blog como o conhecemos na atualidade, tal e qual seu nome nos sugere.
  •  1995 (Jan): publica-se a primeira entrada no Carolyn’s Diary, que seria o mais parecido a uma publicação de hoje em dia no site diário criado por Carolyn Burke.
  •  1997 (Dez) :Jorn Bargerutiliza pela primeira vez a palavraweblog, que se tornou tão conhecida a nível internacional.
  •  1999 :pelo momento, existiam apenas 23 blogs na internet.
  •  1999 (Abr): Peter Merholzencurta o termo weblogs e deixa-o como “blog”que todos usamos atualmente.
  •  1999 (Jul): aparece Pita, a primeira ferramenta on-line para a criação de weblog.
  •  1999 (Ago): nasce o Blogger, da mão da Pyra Labs.
  •  2001 começam a trabalhar em WordPress, ainda que não existiria uma versão oficial até 2 anos depois.
  •  2002: aparece Technoraticomo primeiro grande motor de busca de blogs.
  •  2002 (Fev): utiliza-se pela primeira vez o verbo“Dooced”que é a palavra utilizada quando despedem alguém por blogar. Tudo porque Heather Armstrong opinou sobre seu trabalho em seu blog pessoal.
  •  2002 (Ago): blogads converte-se em  a primeira plataforma de publicidade para blogs.
  •  2002 (Ago): nasce Gizmodo, criado por Nick Denton, que se converteria no primeiro grande império do mundo dos blogs.
  •  2003 (Fev): Google compra o Blogger com mais de 1.000.000 de usuários registrados (só 1/5 parte ativos).
  •  2003 (Mar): durante a guerra do Iraque, um blogueiro iraquiano (conhecido como “Salam Pax”) consegue pela primeira vez leitores a nível mundial.
  •  2003 (Mai): podemos encontrar a primeira versão oficial do WordPresspronta para baixar.
  •  2003 (Jun): Google lança Adsense, e até este momento nunca tinham relacionado a temática dos anúncios com o conteúdo do blog.
  •  2004 (Jan): Steve Garfieldcria o primeiro videoblog.
  •  2004 (Dez): Merriam-Websterproclama blog” como a palavra do ano.
  •  2005 (Dez): anúncios feitos somente em blogs atingem a incrível cifra de 100 milhões de dólares.
  •  2006: Já existem mais de 50 milhões de blogs na rede de acordo com o Technorati. Um ano mais tarde, a cifra já era de 116.000.000.
  •  2007: Tumblr vê a luz e é a primeira plataforma de microblogging de certa importância da história na qual os usuários podiam compartilhar conteúdo entre si.
  •  2010 (Dez): 4 anos mais tarde da última contagem nesta cronologia, o número de blogs alcança a cifra de160 milhões.
  •  2011 (Jul): Google promete renomear Blogger como Google Blogs para integrà-lo no Google+.

Evolução – Os números associados ao fenômeno mostram que a blogosfera cresceu a um ritmo espantoso. Em 1999 o número de blogs era estimado em menos de 50. No final de 2000, esse valor era de poucos milhares. Três anos depois, os números saltaram para os 3 milhões. Atualmente, e de acordo com o estudo State of Blogosphere da Technorati, existem mais de 130 milhões de blogs. O número de posts também aumenta a um ritmo alucinante, cerca de 900 mil de posts por dia, o que se traduz em cerca de 1 post por segundo.

É também particularmente interessante o fato de que existem estatísticas que confirmam que a blogosfera reage de imediato a acontecimentos sociais, verificando-se um aumento do número de posts e comentários particularmente nessas ocasiões. Importante o fato de que não existem pesquisas conclusivas com respeito às consequências das redes sociais e dos blogs nas relações humanos tanto na família, relações amorosas, educação etc.

 Quanto ao idioma utilizado na escrita, o Inglês é a língua dominante com cerca de 39% da totalidade da blogosfera. O Japonês apresenta-se em segundo lugar com 31% e em terceiro vem o Chinês com cerca de 12%. O Português conta apenas com 2%, o que não deixa de ser algo estranho visto ser a sétima língua mais falada do mundo e a terceira mais falada do mundo ocidental. Uma explicação possível para esta ínfima percentagem pode residir na adoção do Inglês, como língua escolhida para expor os conteúdos, em detrimento da língua de Camões e Fernando Pessoa.

O futuro dos blogs - No começo do ano um artigo do The New York Times, e no meio do ano passado, um outro artigo no Wired, os autores davam conta do fim da era blog. Diziam que  os blogs iam desaparecer pouco a pouco devido ao uso cada vez mais freqüente das redes sociais para conseguir informação de qualquer tipo. (importante lembrar que houve uma época que falaram isto do cinema). Mesmo assim, atualmente as redes sociais servem-nos como uma ponte entre o leitor e o blog. A verdade é que cada vez mais há mais pessoas que lêem as notícias diariamente mediante blogs, provando ou não de links no Orkut, Facebook, Twitter ou o novo GooglePlus.


Em entrevista, Thábata Mendes nega "teste de sofá" e namoro com Ximbinha

Thábata Mendes e Ximbinha
Thábata Mendes negou na noite desta quarta-feira (9) que tenha feito o "teste do sofá" com o guitarrista Ximbinha para se tornar a vocalista da banda XCalypso --e, consequentemente, suceder Joelma na nova fase do grupo--, já a partir de janeiro do ano que vem.

Em entrevista ao "Programa do Ratinho", do SBT, a dupla foi sabatinada pelo apresentador Carlos Massa, o Ratinho, sobre a nova fase da banda Calypso, mas também precisou ouvir perguntas indiscretas e relacionadas à vida pessoal.

"Mas aí não faz parte do feitio dele [Ximbinha] e ele sabe que a minha conduta é outra", disse Thábata, sem perder a linha, após ser questionada por Ratinho sobre um "teste de sofá" para entrar na banda.

A cantora negou ainda uma suposta relação amorosa com o guitarrista e ex-marido de Joelma. "A nossa relação amorosa é profissional", avisou ela, visivelmente sem graça. "Estou solteira", finalizou Thábata.

Ratinho disse que teria que fazer esse tipo de pergunta para reproduzir aquilo que o telespectador pensava em casa.

Ximbinha apresentou oficialmente Thábata Mendes como sua nova parceira musical em outubro, passado. O convite para integrar a nova fase da Calypso foi feito pelo próprio músico, mas por meio do compositor Beto Caju, que fez o contato inicial com a cantora potiguar.

"Há cerca de um mês, Beto conversou comigo e explicou da possibilidade. Não pestanejei, disse que se ele [Ximbinha] acha que sou capaz de encarar essa empreitada, quem sou para negar?", disse Thábata, visivelmente emocionada.

Ximbinha explicou que os dois já se conheciam e sempre se encontravam para conversar. "Quando decidi que era hora de recomeçar, a primeira pessoa em que pensei foi na minha amiga", argumentou. Carismática e bem-humorada, Thábata diz estar preparada para os desafios. "Se o cavalo manco estiver pronto para mim, então eu estou pronta para ele", brincou.

Na ocasião, a cantora afirmou que vai preservar a essência da banda, influenciada pelas melodias de músicas internacionais, mas vai mudar alguns hábitos para garantir harmonia com o ritmo da Calypso. "Tenho como impostar minha voz da mesma forma que as músicas pedem. Mas, como tenho outras referências, vou precisar mudar algumas coisas. Em um momento ou outro eu vou poder inovar, improvisar, minha essência estará lá".

A evolução dos blogs

Jorn Barge: criador da palavra weblog
No dia 31 de agosto é celebrado o Dia do Blog. Eles evoluíram bastante desde seu surgimento, em 1997. Muita gente nem tinha computador em casa nessa época, quiça internet, mas Jorn Barger deu o ponta-pé inicial na blogosfera com Robot Wisdom, que ainda está no ar e, até bem pouco tempo, tinha o mesmo visual que foi lançado há 16 anos atrás.

O termo original que Jorn usou era “web log”, mas logo Peter Merholz, outro blogueiro das antigas, fez um trocadilho mudando a expressão para “we blog” em 1999. Depois de um começo lento, o lançamento de sites de hospedagem de blogs como o LiveJournal, Blogger e Open Diary fez com que a popularidade deles aumentasse bastante. No Brasil, algumas das plataformas mais utilizadas no início dos anos 2000 eram o Kit.Net e o Blig, parte do iG.

No começo, eles serviam como um diário online para registrar atividades. Com o tempo, eles se tornaram ferramentas para dar opiniões sobre diversos assuntos e a blogosfera cresceu. A web 2.0 permitiu que a criação de conteúdo caísse nas mãos de pessoas que até então tinham o papel de meros espectadores. Mesmo que a maioria dos blogs permitisse apenas uma postagem por dia (em modo gratuito, pois quase todas as plataformas tinham opções em que o usuário pagava para postar mais vezes por dia e ter acesso à recursos limitados), os blogs foram uma revolução na hora de criar conteúdo e achar informações sobre determinados assuntos.

Depois da onda dos blogs, vieram os flogs, que em vez de focar no texto, focavam nas imagens, especialmente fotos. O Fotolog foi a plataforma mais famosa lá fora, enquanto no Brasil, quem dominava era o Flogão. Felizmente (ou infelizmente?) essa tendência passou.

Hoje em dia, os blogs se tornaram uma forma de expressar opiniões e a maioria dos usuários não faz mais um diário virtual. Política, moda, esportes, religião, todo e qualquer assunto vira tema de blog. Muitas vezes é mais fácil encontrar conteúdo em um blog do que na Wikipédia, mesmo que nem sempre as fontes sejam confiáveis.

Em tempos de conversão de tecnologias, os blogs perderam um pouco da sua força para sites como o Facebook, Twitter e o Tumblr, que permitem não só a postagem de conteúdo, como o seu fácil compartilhamento e interação entre usuários. No entanto, é impossível negar a sua importância para as mudanças que ocorreram na web nos últimos anos. O blog é parte fundamental da democratização da comunicação e do conhecimento.

O novo jornalismo dos blogs


Divulgação: Internet
Parece estória da carochinha! E tem virado moda. Um princípio básico do jornalismo, o simples ato de checar uma informação, tem sumido da prática jornalística. Diante dessa correria, da pressa em “dar primeiro”, ou simplesmente “dar”, muita gente tem bebido nessa fonte da imprecisão e dado “barrigadas”, seguidamente. A mais comum é a da morte de pessoas convalescentes, mas que ainda não morreram.

Isso tem ocorrido principalmente com “blogs de notícias”, essa interessante mídia social que, além de oferecer informação, muitas vezes recheada de releases de assessorias diversas, desde as oficiais, como governos e instituições públicas, às de shows de todos os tipos. É comum também se ver “notícias” um tanto fora do comum, como as de sumiço de cachorrinhos e outros “fatos”. A maioria desses “noticiosos” tem o slogan da “credibilidade”, “imparcialidade” e outras virtudes do bom jornalismo.

Creio que em tempos de Facebook, Twitter e outras plataformas de comunicação, não é mais preciso a correria pelo “furo”. A imprensa deveria se comportar de outro modo. Ela deveria primar pela exatidão, como deve ser, sempre. Ter uma informação checada, com uma notícia mais apurada e não competir com os 140 caracteres do Twitter, com pouco conteúdo, e em alguns casos duvidoso. É comum observar nas redes sociais na internet informações propagadas como a verdade, como os textos de Caio Fernando Abreu, Luis Fernando Veríssimo, Arnaldo Jabor. Numa simples checagem no doctor Google se descobre que muitos daqueles escritos não lhes pertencem. No entanto, há de se considerar que as pessoas que compartilham isso muitas delas não são jornalistas, portanto não têm o compromisso assumido em lidar com a verdade, princípio básico para a credibilidade.

Pouca informação, muitos julgamentos

Outro ponto sobre a checagem de informações é que há poucos jornalistas que ainda desconfiam das coisas. Acreditam em sindicatos, ou sindicalistas, secretários de governo, chefes de governos. As fontes oficiais nunca foram tão críveis. O sindicalista diz que o seu salário atrasou, o blogueiro vai lá e noticia. Não tem a mínima curiosidade em pedir o extrato bancário, contracheque. Outra “notícia”, muito comum em sites e periódicos de fofocas de celebridades, é “fulano está saindo com beltrana”. A notícia é dada sem imagem, nenhuma foto, baseada apenas em uma “amiga” da tal celebridade.

Os comentários dos blogs, muitas vezes, chamam mais atenção do que a própria “notícia”. Pela virulência do enunciado e a covardia do anonimato. Este ponto merece um texto exclusivo, mas não vou perder tempo para tal. Publicando esse artigo em algum blog, certamente serei alvo de algum famigerado ataque.

Outro mal-estar que acontece com o jornalismo é o fim do texto que o caracterizou como ciência, área do conhecimento: falta narrativa, impessoalidade, até mesmo a entrevista, atividade comum ao jornalismo. Todos querem, mesmo, é dar opinião. Informar, que é o mister do ofício, os profissionais estão esquecendo. E a população padece de informação, mas se assoberba de julgamentos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

As imagens do terremoto que atingiu o Chile e causou tremores no Brasil

Divulgação: Internet
O Chile foi atingido por um forte terremoto de magnitude 8,3 na noite desta quarta-feira (16). O tremor foi registrado ao norte de Santiago e foi sentido até mesmo em São Paulo e em outras cidades do Brasil, segundo relatos.

Até o momento, pelo menos oito pessoas foram confirmadas mortas e mais de 1 milhão foram evacuadas, de acordo com informações do G1. A intensidade do terremoto fez o governo chileno se preparar para um tsunami, mas essa possibilidade já foi descartada. Este é o sexto terremoto mais forte a atingir o país.

De acordo com o centro sismológico chileno, o tremor foi registrado por volta das 20h (horário local) entre as regiões litorâneas de Coquimbo e Canela Baja, localizadas ao norte de Santiago, e atingiu 11 km de profundidade.

Segundo informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o epicentro atingiu a magnitude de 8,3 pontos escala Richter — o terremoto que atingiu o Nepal em abril deste ano, por exemplo, foi de 7,8. Ainda segundo o centro sismológico chileno, 15 outros tremores, todos com magnitude inferior a 5.2, foram registrados na manhã desta quinta-feira.

Um alerta de tsunami foi emitido pelo Centro de Alertas de Tsunamis do Pacífico, segundo o UOL. Ondas de mais de 4 m atingiram a região de Coquimbo e houve a possibilidade de uma onda gigante atingir o litoral do Chile, Peru, Equador e Havaí, nos EUA. Ela, entretanto, já foi descartada pelas autoridades.

No Brasil, foi possível sentir o tremor em diversas cidades do estado de São Paulo, Minas e no sul do país.

Entenda a tragédia de Mariana, em Minas Gerais.


Divulgação: g1.globo.com
O que aconteceu em Minas? Por que tem um monte de cidade cheia de lama?

Duas barragens da mineradora Samarco se romperam na cidade de Mariana (MG), na última quinta-feira (5). Nessas barragens havia lama, rejeitos sólidos e água. Esses detritos são resultado da mineração na região.

Qual é  o tamanho do estrago? Muito grande?

Pelo menos 128 residências foram atingidas pela onda de lama e dejetos. Oficialmente, o número de mortos é de seis pessoas e o de desaparecidos, 12. Os detritos das barragens tomou conta do rio Gualaxo e chegaram ao município de Barra Longa, a 60 km de Mariana e a 215 km de Belo Horizonte. Seis localidades de Mariana, além de Bento Rodrigues, foram atingidas. Segundo especialistas, a lama que desce pelo rio Doce atingirá, no total, uma área de cerca de 10 mil quilômetros quadrados no litoral capixaba – área equivalente a mais de seis vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Os prejuízos são calculados em mais de R$ 100 milhões, segundo o prefeito de Mariana, Duarte Júnior.

De quem é a culpa disso? Terremoto? Chuvas? Negligência?

A Samarco disse ter registrado dois pequenos tremores na área duas horas antes do rompimento, por volta das 16h20 de quinta-feira. Não se sabe o que teria causado estes tremores – se seriam abalos sísmicos ou a força do próprio rompimento. Em 16 de novembro, a Samarco fez um acordo com o Ministério Público e concordou em pagar R$ 1 bilhão para começar a compensar os danos materiais e ambientais. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 300 milhões da empresa para os ressarcimentos. A intenção é fazer com que a empresa repare completamente o dano causado pela lama, com ações como a limpeza, resgate dos animais, reconstrução das casas, entre outros. O Ibama vai multar a Samarco em R$ 250 milhões (atualizado). Se a empresa for condenada a pagar uma indenização coletiva, o dinheiro vai para um fundo destinado a ações de melhoria da qualidade ambiental. A partir disso, os moradores podem pedir uma indenização pelos seus danos pessoais, inclusive, em caso de morte de parentes, podendo até haver pagamento de pensões às famílias das vítimas.

Essa lama pode contaminar as pessoas?

A mineradora garantiu que não há nada tóxico nos 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro liberados durante o acidente. Mas foram encontrados resíduos de metais pesados na lama. O site R7 afirmou que o Serviço de Água e Esgoto) da cidade de Valadares “aponta um índice de ferro 1.366.666% acima do tolerável para tratamento – um milhão e trezentos mil por cento além do recomendado”. Há também altos níveis de manganês, que “superam o tolerável em 118.000%, enquanto o alumínio estava presente com concentração 645.000% maior do que o possível para tratamento e distribuição aos moradores”.

A região vai se recuperar?

Dificilmente. Especialistas dizem que pode levar séculos para o ambiente se recuperar. A lama que se espalhou por Minas Gerais e Espírito Santo impede que matéria orgânica cresça.  Uma das consequências que a lama está causando é o assoreamento, o acúmulo de sedimentos na calha do rio, causando impactos socioeconômicos e ambientais. Segundo o Ibama, houve alterações nos padrões de qualidade da água. Um dos impactos é a morte de animais, terrestres e aquáticos, por asfixia. 

Que empresa é essa, Samarco? É do governo?

Não, é uma empresa privada.  A Vale (mineradora que era estatal e foi privatizada durante o governo FHC) é uma das acionistas da Samarco, com uma participação de 50% no capital por meio de uma joint venture com a BHP Billiton, a maior empresa de mineração do mundo.

Dá para ajudar o pessoal de lá? Como eu faço?

Sim. Diversas entidades e voluntários se mobilizam para receber donativos e acolher as vítimas, que passam de 500. De acordo com a prefeitura de Mariana, as prioridades são doações de materiais de uso pessoal como escovas de dente, toalhas de banho, copos, talheres e pratos descartáveis, além de água potável. A prefeitura de Mariana não está mais aceitando doações.

Wikipédia

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É um projeto de enciclopédia multilíngue de licença livre, baseado na web, escrito de maneira colaborativa e que se encontra atualmente sob administração da Fundação Wikimedia, uma organização sem fins lucrativos cuja missão é "empoderar e engajar pessoas pelo mundo para coletar e desenvolver conteúdo educacional sob uma licença livre ou no domínio público, e para disseminá-lo efetivamente e globalmente." Integrando um dos vários projetos mantidos pela Wikimedia, os mais de 30 milhões de artigos (896 340 em português em 05 de dezembro de 2015) hoje encontrados na Wikipédia foram escritos de forma conjunta por diversos voluntários ao redor do mundo; e quase todos os verbetes presentes no site podem igualmente ser editados por qualquer pessoa com acesso à internet e ao sítio eletrônico. Em outubro de 2013, havia edições ativas da Wikipédia em 277 idiomas. A Wikipédia foi lançada em 15 de janeiro de 2001 por Jimmy Wales e Larry Sanger e tornou-se a maior e mais popular obra de referência geral na Internet, sendo classificado em torno da sétima posição entre todos os websites do Alexa e tendo cerca de 365 milhões de leitores. A Wikipédia é uma ferramenta de pesquisa amplamente utilizada por estudantes e tem influenciado o trabalho de publicitários, pedagogos, sociólogos e jornalistas, que usam seu material mesmo que nem sempre citem suas fontes.

Licenciamento de conteúdo

Todo o texto contido na Wikipedia era coberto pela GNU Free Documentation License (GFDL), uma licença copyleft que permite a redistribuição, a criação de obras derivadas e o uso comercial do conteúdo preservando os direitos autorais dos autores, até junho de 2009, quando foi adotada a licença Creative Commons Attribution-ShareAlike (CC-by-SA) 3.0. A Wikipédia tem trabalhado na mudança para as licenças Creative Commons porque a GFDL, inicialmente projetada para manuais de software, não foi considerada adequada para obras de referência online e porque as duas licenças eram incompatíveis. Em resposta ao pedido da Fundação Wikimedia, em novembro de 2008, a Free Software Foundation (FSF) lançou uma nova versão da GFDL concebida especificamente para permitir à Wikipédia relicenciar seu conteúdo para CC-BY-SA em 1 de agosto de 2009. A Wikipédia e seus projetos irmãos realizaram um referendo em toda a comunidade para decidir se devia ou não fazer a troca da licença. O referendo ocorreu entre 9 e 30 de abril. Os resultados foram 75,8% "Sim", 10,5% "Não" e 13,7% "sem opinião". Em consequência do referendo, o Conselho Diretivo da Wikimedia votou para mudar para a licença Creative Commons. A mudança foi efetivada em 15 de junho de 2009. A posição de que a Wikipédia é apenas um serviço de hospedagem tem sido utilizada com sucesso como uma defesa em tribunal.

Cobertura de temas

A Wikipédia pretende criar um resumo de todo o conhecimento humano na forma de uma enciclopédia online, com cada tópico do conhecimento coberto enciclopedicamente por um artigo. Uma vez que tem espaço em disco praticamente ilimitado, o site pode conter muito mais temas do que podem ser cobertos por qualquer enciclopédia impressa convencional. Além disso, contém materiais que algumas pessoas podem achar censuráveis, ofensivos ou pornográficos. Foi esclarecido que esta política não está em debate, mas ela tem-se revelado controversa. Por exemplo, em 2008, a Wikipédia rejeitou uma petição online contra a inclusão de representações de Maomé em sua edição em inglês, citando esta política. A presença de materiais politicamente sensíveis na Wikipédia também levou a República Popular da China a bloquear o acesso a partes do site.
Em setembro de 2009, os artigos da Wikipédia cobriam cerca de meio milhão de lugares na Terra. No entanto, uma pesquisa realizada pelo Oxford Internet Institute mostrou que a distribuição geográfica dos artigos de todas as versões da Wikipédia é muito desigual. A maioria dos artigos são escritos sobre a América do Norte, Europa e Ásia Oriental, com muito pouca cobertura de grandes partes do mundo em desenvolvimento, incluindo a maior parte da África.

Novos usuários

60% dos usuários registrados nunca fazem outra edição após as suas primeiras 24 horas. Possíveis explicações para esse fenômeno são que tais usuários só se inscrevem para uma única finalidade ou são assustados por suas experiências. Goldman escreve que os editores que não cumprem os rituais culturais da Wikipédia, como a assinatura de páginas de discussão, implicitamente dão sinais de que eles são estranhos na comunidade, aumentando as chances de que usuários experientes da Wikipédia tenham como alvo as suas contribuições. Tornar-se um editor experiente da Wikipédia envolve desafios não triviais; o contribuinte deverá construir uma página de usuário, aprender os códigos tecnológicos específicos da Wikipédia, submeter-se a um processo misterioso de resolução de disputas e aprender uma cultura "desconcertantemente rica em piadas internas e referências privilegiadas." Usuários não registrados são, em algum sentido, cidadãos de segunda classe na Wikipédia, visto que os "participantes são credenciados por membros da comunidade wiki, que têm interesse em preservar a qualidade do produto do trabalho, com base em sua participação em curso," mas as contribuições de endereços de IP podem não necessariamente serem creditadas a um usuário em particular.

Dilma recebe notificação da abertura do processo de impeachment

A Câmara dos Deputados entregou na quinta-feira (3) a notificação sobre a abertura do processo de impeachment para a presidente Dilma Rousseff. Com isso, começou oficialmente a contar o prazo para que ela apresente a defesa. No Congresso, os partidos já começaram a indicar os deputados que farão parte da comissão especial que vai analisar o pedido.

Foi um pedido do governo: que os líderes de partidos aliados ficassem em Brasília. O governo quer ter logo nas mãos os nomes dos deputados que vão participar da comissão que vai analisar o impeachment.

O prazo para as indicações vence na próxima segunda-feira (7), às 14h. Às 18h, numa sessão extraordinária, as indicações serão confirmadas.

E na própria segunda, ou no máximo na terça-feira (8), a comissão elege, em votação secreta, presidente e relator.

Sessenta e cinco deputados, de todos os partidos, vão participar da comissão. Doze já foram escolhidos: Sarney Filho (PV); Jhonatan de Jesus e Vinicius Carvalho, do PRB; Afonso Motta e Dagoberto, do PDT; Paulo Pereira da Silva e Arthur Oliveira Maia, do Solidariedade; Antônio Jácome, do PMN; Alex Manente, do PPS; Ivan Valente, do PSOL.

E o PT confirmou a indicação dos líderes José Guimarães e Sibá Machado. Os outros seis nomes do partido serão anunciados na segunda-feira.

Líderes disseram nesta sexta-feira (4) que estão sendo pressionados pelo governo para que indiquem apenas os deputados absolutamente fiéis ao Palácio do Planalto. Por isso, a cobrança de pressa nas indicações. Todos os nomes vão ser submetidos ao chamado ranking da fidelidade. A lista que mostra como cada deputado votou em matérias de interesse do governo.
Na bancada do PMDB, a pressão é ainda maior. A bancada é dividida entre quem defende e quem é contra o impeachment. Até agora, nenhum nome foi confirmado.
O governo também insiste em cancelar as férias, o recesso dos parlamentares.

“Nós entendemos que realmente tem que ser muito rápido. O Brasil não pode parar. Qualquer que seja a decisão, que seja a mais rápida possível. O Brasil tem que amanhecer 2016 resolvido esse problema”, disse o deputado Sibá Machado, líder do PT na Câmara.

A oposição, que chegou a defender o cancelamento do recesso, agora quer exatamente o contrário: o Congresso parado.

“Nosso sentimento inicial era de que isso ocorresse o mais rápido possível, mas o que nós estamos percebendo que há um atropelo enorme do governo, uma mobilização muito grande do governo para que não haja manifestações, para que a população não se inteire do que está acontecendo”, explicou o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Eduardo Cunha repetiu nesta sexta que vai aguardar a decisão dos líderes sobre ter ou não o recesso. Uma decisão que não vai afetar a situação dele no Conselho de Ética, que discute abertura de processo contra ele por quebra de decoro.


Pelo regimento, mesmo que o recesso seja cancelado, o conselho vai ficar parado. Na próxima reunião, terça-feira, o conselho se reúne para decidir se abre o processo de cassação do mandato dele.

Cunha é suspeito de ter mentido à CPI da Petrobras quando disse que não tinha contas no exterior não declaradas à Receita Federal. Extratos bancários enviados pelo Ministério Público da Suíça à Procuradoria Geral da República mostraram que o deputado usou empresas de fachada para movimentar contas naquele país. Cunha também é investigado na Operação Lava Jato por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro.

O que os governos fizeram um mês após a tragédia de Mariana

Vejamos abaixo as ações de cada setor do governo para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem.

Ibama

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)  informou no dia 12 de novembro os motivos das cinco multas aplicadas à Samarco que, somadas, totalizam R$ 250 milhões.

De acordo com o instituto, a empresa foi “autuada por causar poluição hídrica; tornar áreas urbanas impróprias para ocupação humana; causar interrupção do abastecimento público de água; lançar resíduos em desacordo com as exigências legais; e provocar a mortandade de animais e a perda da biodiversidade ao longo do Rio Doce, resultando em risco à saúde humana”.

Governo de Minas Gerais

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, instituiu uma força-tarefa para estudar novas alternativas para a disposição de rejeitos de mineração. A força-tarefa tem 60 dias para levantar a existência de formas alternativas para dispor os rejeitos de mineração, com a implantação das novas tecnologias.

Pimentel decretou, ainda, situação de emergência nos municípios mineiros da região da Bacia do Rio Doce. A medida pretende agilizar os procedimentos necessários para o enfrentamento à situação de escassez de água em decorrência do derramamento de rejeitos de minério de ferro no rio.

No dia 21 de novembro, o governador Fernando Pimentel estabeleceu uma força-tarefa para avaliar os efeitos do rompimento da barragem. O grupo é coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de Política Urbana e Gestão Metropolitana (Sedru), com participações da Semad, Defesa Civil, Advocacia Geral, Copasa, Igam e Cemig. As prefeituras de Mariana, Governador Valadares, Ipatinga, Rio Doce, Belo Oriente e Tumiritinga também fazem parte da força-tarefa.

Outros prefeitos de municípios atingidos poderão ser incluídos. Cabe ao colegiado fazer levantamento de dados, emitir relatórios, apresentar conclusões e propor medidas corretivas e restauradoras sobre os danos humanos e ambientais. A força-tarefa tem 60 dias para apresentar o relatório final ao governador.

Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) notificou, no dia 18 de novembro, a mineradora Samarco acerca da primeira infração em decorrência do rompimento da barragem em Mariana.

O valor da infração é de R$ 112.690.376,32. O cálculo da multa se baseou no Decreto 44.844/2008 que estipula o valor máximo da multa em R$ 50 milhões. O valor foi reajustado pela Unidade Fiscal do Estado de Minas Gerais (Ufemg) devido aos agravantes.

Foi a primeira multa aplicada pela Semad. Segundo o órgão, a mineradora causou poluição e degradação ambiental, resultando em dano aos recursos hídricos, prejudicado a saúde, a segurança e o bem-estar da população, devido ao rompimento da Barragem de Fundão e agravamento da situação da Barragem Santarém da Mina Germano, em Mariana.

Depois do rompimento, os rejeitos de minério caíram nos rios Gualaxo e Doce e chegaram ao mar, no Espírito Santo, e comprometeram a qualidade da água. Outro agravante é o fato de o rompimento ter comprometido todas as propriedades do distrito de Bento Rodrigues e parte dos imóveis de Paracatu de Baixo, o que fez com que os moradores fossem retirados.

“Após o término dos trabalhos de identificação e quantificação dos danos, o órgão ambiental poderá aplicar outras penalidades específicas com relação à fauna, flora, ictiofauna, recursos hídricos e outros que poderão ser identificados ao longo das investigações”, explica o comunicado.


Secretaria de Saúde de Minas Gerais

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) enviou a Mariana equipes de salvamento e de urgência e emergência. Também houve apoio para o gerenciamento da crise e instrução das equipes de salvamento sobre o protocolo de intoxicação.

Entre as ações da secretaria estão a distribuição de medicamentos e insumos, o protocolo de vacinação daqueles que tiveram lesões e contato com a lama e os testes na qualidade da água em locais de captação para garantir o abastecimento.

Segurança e resgate

Equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Defesa Civil, Exército, Polícia Ambiental e Prefeituras Municipais continuam os trabalhos de busca nas comunidades atingidas de Mariana, Barra Longa e Rio Doce.

Desde o dia da tragédia, os bombeiros fazem varreduras nas áreas atingidas, com apoio de aeronaves e de cães treinados para a atividade. Um grupo especializado em soterramentos está concentrado nas buscas aos desaparecidos.

Uma equipe multidisciplinar da Polícia Civil de Minas Gerais, formada por médicos legistas e peritos criminais, mantém o trabalho de identificação de vítimas. Delegados, investigadores e escrivães das delegacias da região estão mobilizados no apoio à comunidade.

A Defesa Civil Estadual, além de destinar quase todo seu efetivo para a região, entregou para prefeituras de cidades atingidas kits de higiene pessoal, cestas básicas, sacos de roupas, kits cobertores e colchões.

Energia e abastecimento

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) também trabalha para normalizar o fornecimento de energia. O rompimento da barragem da mineradora destruiu a rede de distribuição da empresa, inclusive com muitos postes arrastados.

Com a forte demanda local por água potável, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) enviou copos e caminhões-pipa para Mariana e outras cidades do leito do Rio Doce.

Assistência Social de Minas Gerais

O Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) está com equipe de prontidão para recebimento de doações (água, artigos de higiene pessoal e alimentos), de segunda a segunda, das 7h às 19h, em sua sede, em Belo Horizonte. Esses donativos são enviados a cidades atingidas em Minas.

A Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac), junto com a Polícia Civil, montou um mutirão para a reposição da documentação perdida. Especificamente, o mutirão diz respeito a ações de registro civil, como emissão de carteira de identidade e de trabalho, dentre outros documentos.

Técnicos da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) fazem o acolhimento das vítimas e o acesso à alimentação e vestuário, serviços de saúde e atendimento psicossocial, além da orientação à gestão municipal no processo de cadastramento de famílias e destinação dos recursos federais e estaduais, disponíveis nos fundos municipais de assistência social. Outras medidas, de médio prazo, também foram apresentadas como a contratação de uma equipe de assistência social pela Samarco para atender os atingidos nos próximos seis meses. A empresa já contratou três assistentes sociais e um psicólogo, que estão fazendo o levantamento e o acompanhamento de famílias.

Prefeitura de Mariana

A prefeitura informou que 90 funcionários ajudaram no atendimento imediato às vítimas, no recebimento e distribuição de donativos, acompanhamento psicológico das famílias, transporte, acolhimento, além da confecção de documentos de responsabilidade da secretaria.

Cento e setenta funcionários, sendo 70 agentes da Defesa Civil, desenvolveram atividades como gerenciamento do desastre, ações de proteção, identificação e mapeamento das áreas de risco de desastres, vistorias nas edificações e áreas de risco, além de manter a população sempre informada sobre áreas de risco.

De acordo com o procurador-adjunto de Mariana, Juliano Barbosa, responsável pelo gerenciamento dos donativos e coordenação voluntária, estima-se que 3.745 pessoas compareceram à Arena Mariana e ao Centro de Convenções para receber doações, descarregar caminhões, fazer triagem de roupas, montar kits de higiene, roupas de cama e cestas de mantimentos.

Adolescente é flagrado pendurado na porta de ônibus em São Luís (MA)

Divulgação: Internet
Imagens feitas por um internauta flagraram uma situação extremamente perigosa nesta quinta-feira (03). O vídeo feito por um celular mostra um adolescente viajando pendurado na porta de saída de um ônibus, na Avenida Colares Moreira, no Renascença em São Luís.

Sem se importar com o perigo, ele ainda segurava na porta do ônibus com apenas uma das mãos. De acordo com o código de trânsito brasileiro, conduzir pessoas, animais e até cargas nas partes externas do veículo sem autorização é considerada uma infração grave, sob pena de multa e retenção do veículo.

O que é notícia?


É um dos principais tipos de textos jornalísticos existentes, e por isso tem uma estrutura semelhante a outros textos jornalísticos como a matéria, a reportagem, etc.

A estrutura da notícia é chamada de pirâmide invertida. Esse nome se dá por causa do caráter comunicativo da notícia, que é caracterizado por trazer, logo no primeiro parágrafo, o ápice da notícia, a principal e mais relevante informação. Ou seja, uma notícia inicia-se logo com o desfecho, esse primeiro parágrafo é chamado pela linguagem jornalística de lead. Nele são expostas as informações que mais chamam a atenção do leitor para prosseguir com a leitura do texto, em busca de mais informações sobre aquele fato. Esta estratégia de construção textual é muito utilizada em jornais por causa do seu caráter informativo, e também por causa do objetivo de trazer ao leitor informações rápidas, claras e precisas. Sendo assim, o leitor tem a opção de aprofundar a leitura ou não, de acordo com os seus interesses.

Seguindo com a estrutura da pirâmide, o texto traz no primeiro parágrafo as informações mais importantes, e nos parágrafos seguintes traz as outras informações sempre em ordem decrescente de relevância. Algumas informações são necessárias para o entendimento dos fatos, e por isso elas são priorizadas. São elas as personagens do fato, o espaço e o tempo.

Outras informações que são responsáveis por detalhes mais importantes são colocadas logo em seguida, como a causa do acontecimento, o desenrolar dos fatos e detalhes sobre as conseqüências do mesmo. Lembrando sempre que essas informações já são trazidas para o leitor no lead, porém por serem faladas de maneira superficial elas voltam a ser faladas em busca de serem detalhadas.

É necessário que haja uma ética por parte do autor da notícia, no sentido de não trazer ao leitor informações mentirosas ou incertas. A notícia é o acesso que o leitor tem aos acontecimentos do mundo ao seu redor, por isso é preciso que o texto seja o mais impessoal possível, com informações concretas, preferencialmente comprovadas através de entrevistas com testemunhas do fato, fotos ou filmagens (em caso de telejornais). Esses detalhes dão à notícia um caráter mais documental e menos literal, pois asseguram ao leitor a veracidade dos fatos, além de trazer certa confiança ao autor da mesma, que será respeitado e ouvido nas próximas vezes que noticiar algo. É isso que faz do jornal um meio de comunicação respeitado e lido por todas as camadas da sociedade.

Devido ao fato acima citado, de o jornal ser acessível a diversos tipos de indivíduos, é preciso que a linguagem utilizada não seja de difícil compreensão, seja clara e objetiva, não faça arrodeios desnecessários nem grandes descrições que podem dar ao leitor a sensação que o texto é parado ou sem novidades. Dessa maneira, independente de quem leia o texto ele será sempre aproveitado e útil.

Em caso de a notícia ser escrita em um concurso público como o vestibular é necessário que se obedeça às regras da proposta apresentada. Os fatos podem ser fictícios, mas deve haver certa diligência em não misturar fatos fictícios com fatos reais e em não envolver situações que se distanciem da realidade a ponto de serem duvidosas. Apesar de ser um texto de ficção, deve obedecer a toda a estrutura de uma notícia de jornal.

"Gostaria de ser eterna", disse Marília Pêra na última entrevista para QUEM


Marília Pêra esteve nas páginas de QUEM na edição 600 da publicação, que chegou às bancas em março de 2012, para uma entrevista especial. Na época, a atriz interpretava Maruschka, vilã traída pelo marido, Alberto (Herson Capri), em Aquele Beijo, novela de Miguel Falabella.
Filha dos atores Dinorah Marzullo e Manuel Pêra, Marília, hoje com 69 anos, estreou no palco aos 4. A carreira inclui dezenas de peças e trabalhos na televisão, além de personagens marcantes no cinema, como a prostituta Sueli de Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), sucesso internacional que lhe rendeu um convite para atuar em Nova York. “Não tive coragem por causa do meu inglês”, disse.

Veja a entrevista abaixo:

QUEM: Maruschka sofre porque foi traída pelo marido. Você já foi traída?
MARÍLIA PÊRA: Todo mundo já foi traído. Tinha essa ilusão da juventude de que amigo é para sempre. Tento não machucar as pessoas. Não me lembro de ter traído amigos, não em sã consciência.

QUEM: E amores?
MP: Acho que fui leviana com amores na juventude, porque sou de uma geração que vem com a liberdade sexual. Me casei com 17 anos. Era uma menina, me separei com 18, já com filho. Então namorei, namorei, traí um pouco, namorei dois, essas coisas (risos).

QUEM: Você está com o Bruno há 15 anos. Qual é o segredo?
MP: Paciência. Tem que dar folga, deixar a pessoa ser chata e entender que você também é chata. Conviver é uma arte. De vez em quando preciso da minha solidão, sem filhos, sem marido. Há momentos em que a gente esquece um pouco do outro.

QUEM: Bruno é 20 anos mais novo do que você. A diferença de idade pesou?
MP: Não pensei nisso no começo do relacionamento. Nem imaginava que a gente fosse ficar junto tanto tempo.

QUEM: Bruno não tem filhos. Te preocupa ele querer ter filhos um dia?
MP: Ele diz que não quer, mas vai saber? Ele pode esperar eu morrer, tem tempo (risos).

QUEM: Vocês se casaram de papel passado?
MP: Fizemos reconhecimento de união estável há alguns anos. Já quis muito fazer uma festa, pedi a mão dele várias vezes, mas Bruno não quis casar na igreja, sair na capa da QUEM...

QUEM: Você foi mãe aos 18 anos. Foi difícil?
MP: Muito. Ricardo é um milagre da sobrevivência. Ele veio pequeninho porque, quando engravidei, fazia uma mocinha virgem no teatro. Usei cinta para a barriga até 15 dias antes de ele nascer. Voltei ao espetáculo amamentando. Não tinha babá, deixava Ricardo no camarim com uma colega. Fui para Portugal com ele bebê, fazia mamadeira em fogareiro a álcool.

QUEM: Nunca deixou de trabalhar?
MP: Durante a gravidez da Esperança, tive hemorragias e precisei parar por seis meses para não perdê-la. Mas sempre voltei a trabalhar, precisava.

QUEM: Gostaria de ter participado mais da vida dos filhos?
MP: Mãe sempre tem culpa. Você nunca vê numa sessão de psicanálise alguém dizer “meu avô me traumatizou”. A mãe e o pai sempre fazem errado (risos).

QUEM: Quer ter netos?
MP: Sim. E se me dessem um bebezinho para ficar comigo, eu me dedicaria muito.

QUEM: Quer viver até os 90 ou os 100?
MP: Minha mãe tem 93 anos e sempre que ela se diz cansada da vida eu falo: “A mãe do Caetano Veloso tem 104, vamos lá. Oscar Niemeyer tem 104, não apronte”. Gostaria de ser eterna, ficar no mundo descobrindo coisas novas.

QUEM: Você teve uma infância difícil. Dinheiro é uma preocupação?
MP: Dinheiro é preocupação para todo mundo. O único filme do qual participei que deu dinheiro foi Central do Brasil. No Pixote não tive nem contrato, nunca recebi nada. Quando comecei a fazer televisão junto com teatro, se tivesse o suficiente para pagar aluguel e o colégio do Ricardo, estava feliz. Gastava 30% a mais do que ganhava, trabalhava para suprir o vermelho.

QUEM: A estabilidade financeira demorou?
MP: Sim. Tive uma casa, no Joá (bairro nobre da Zona Sul do Rio), que perdi com o show A Feiticeira (1975). Era meu único bem, hipotequei a casa. Não existia isso de patrocínio, você botava o que tinha, era empréstimo no banco.

QUEM: Você foi comunista?
MP: Na minha casa não havia luta de classes. As estrelas das companhias de teatro tinham hotel melhor, a alimentação era melhor, tinham casa, minha família não tinha nada. A gente achava natural. A política era muito distante. Por acaso, substituí Marieta Severo em Roda Vida, do Chico Buarque, em 1968, em São Paulo. Duas semanas depois da estreia, fomos espancados pelo Comando de Caça aos Comunistas. Não sabia o que estava acontecendo. Aí, descobri que era comunista.

QUEM: Foi presa?
MP: Duas vezes, em São Paulo. Em 69, foram me pegar de fuzil na mão no teatro. Em 70, me denunciaram como traficante! Cercaram minha casa, Ricardo dormia, servi cafezinho, ofereci bolo, mas puseram tudo abaixo. Fui presa no carro em que tinham matado Marighella (Carlos Marighella, militante de esquerda morto em 69), um Fusquinha azul. O delegado falava: “Aí onde você está foi onde morreu o Marighella”. Era perigoso, mas era muito criativo trabalhar por uma causa que eu nem sabia bem qual era, que era ser livre.

QUEM: Em 2007, você teve diagnóstico de síndrome de pânico. Como está hoje?
MP: Quando começo a ter algum tipo de taquicardia, de desequilíbrio, penso de onde veio, qual o sinal. Sempre que vou estar em uma situação de estresse, pingo quatro gotas de florais de Bach sobre a língua e dá uma aliviada.

QUEM: Como você se cuida?
MP: Como muitos grãos, ovo de codorna. Não como carne. Eu e Bruno jantamos às 19h. Fico sem comer nada até as 7h. De manhã, em jejum, tomo um suco com couve, cenoura, gengibre, maçã, o que tiver na geladeira.

QUEM: Faz exercícios?
MP: Faço ioga, me sustentei como bailarina por muitos anos. Mantenho o peso dos 17 anos: 48 quilos. Tenho uma balança no banheiro, me peso todo dia, toda hora.

QUEM: Já fez plástica?
MP: Fiz um lifting há dez anos, hoje não tiro nem a sobrancelha. Não ponho botox e não pretendo fazer mais nada, não quero sentir dor. Fico com as rugas. Minha preocupação é decorar o texto. Quero estar bonitinha, mas não sofrer por beleza.

QUEM: De onde vem a fama de ser uma pessoa difícil?
MP: Sou muito difícil. Não dou muitas entrevistas, não aguento ser invadida o tempo todo. Preciso da minha quietude. Sou CDF, não mexo no texto do autor. Quando sinto que vou ultrapassar meus limites, vou embora. Aí, as pessoas dizem que sou diva.

QUEM: Arrepende-se de não ter seguido a carreira no exterior?
MP: Não. Arrepender-se é um verbo que não existe.

Fonte: revistaquem.globo.com/

domingo, 6 de dezembro de 2015

Desfecho da operação lava jato

A 13ª Vara Federal de Curitiba acaba de divulgar um balanço da Operação Lava-Jato, a maior já realizada na história da Polícia Federal (PF). O titular daquele juizado, magistrado Sérgio Moro, condenou 58 réus em processos derivados dessa operação, desde o início de 2014. O total de penas a que são submetidos os condenados soma 680 anos, 8 meses e 25 dias.
Alguns dos réus foram condenados várias vezes. É o caso do campeão em condenações, o doleiro Alberto Youssef. Ele foi condenado em seis processos da Lava-Jato, a um total de 71 anos de prisão. Por ter colaborado de forma decisiva com a Justiça, porém, ele teve parte das penas suspensas e, em outros caso, reduzidas. Está recolhido num presídio de Curitiba e deve ficar ainda três anos preso em regime fechado.
Outro dos que encabeça o ranking de condenados é Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, indicado ao cargo pelo Partido Progressista (PP). Ele foi condenado cinco vezes, a um total de 35 anos de prisão. Por ter colaborado com a Justiça, delatando crimes de parceiros, deve ficar, no entanto, apenas mais três anos em regime de prisão domiciliar (em casa), cumprindo o restante em regime aberto.
Janot deve apresentar nova denúncia contra suspeitos de corrupção
Seguem-se a Youssef e Costa, no ranking, o doleiro Carlos Habib Chater ( condenado duas vezes), o ex-diretor da Diretoria Internacional da Petrobras Nestor Cerveró (condenado duas vezes) e o lobista Júlio Gerin Camargo (condenado duas vezes). Cerveró e Camargo, por terem feito delação premiada, terão as penas reduzidas - Camargo, inclusive, está solto, em regime aberto.
No total, a Lava-Jato tem 69 condenações (alguns réus com mais de uma condenação).
Desde março de 2014 a Lava-Jato prendeu 116 pessoas, firmou 35 acordos de colaboração premiada e 4 acordos de leniência (quando a colaboração é firmada por uma empresa). Os crimes denunciados envolvem R$ 6,4 bilhões em desvio da Petrobras e outras estatais. Desse total, a Justiça já conseguiu firmar acordos para recuperar R$ 1,8 bilhão.

sábado, 5 de dezembro de 2015

A vida em Raqqa

Para vislumbrarmos o alcance do jornalismo cidadão no mundo contemporâneo, veja o que está acontecendo na cidade de Raqqa.

Divulgação: Internet.
A capital do califado resiste com estoicismo os bombardeios da Coalizão Internacional, da aviação russa e o assédio das tropas sírias em aliança com Irã, Iraque e Hezbollah. Raqqa foi designada pelo Estado Islâmico a capital do califado do Iraque e Síria. E não só é sua capital como também o quartel general de seus partidários. Esta cidade, capital da província homônima, antes de ser conquistada possuía 220.000 habitantes. Mesmo que o censo tenha ficado sensivelmente menor em razão do êxodo de milhares de moradores alarmados com as represálias dos jihadistas. Raqqa fica situada na rota entre Alepo e Bagdá e desde a mais remota antiguidade (sumérios, assírios, babilônios e hititas) foi um enclave importante no Crescente Fértil Mesopotâmia. Nessa região, os historiadores sustentam que teve origem a atual civilização ocidental. A província de Raqqa, apesar de ser semidesértica na ribeira do rio Eufrates, goza de uma extraordinária fertilidade.

Raqqa foi tomada pelos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante no dia 6 de março de 2013. Neste mesmo dia, os rebeldes derrubaram a gigantesca estátua de Hafez al Assad, que se encontrava na praça central. Um sinal inequívoco da nova ordem que iria imperar na cidade. O Alcorão proíbe as representações humanas e a adoração de ídolos. A partir de então, a cidade se converteu na Meca do jihadismo e por suas ruas transitam centenas de milhares de muçulmanos estrangeiros da Umma islâmica e dos cinco continentes - entre eles um grande número de convertidos -. Os mujahidin ou “santos guerreiros” vieram para tornar realidade o sonho do “reino de Alá na terra”.

O governo da cidade e do califado recai na Al-Shura ou assembleia de notáveis e ulemás que impuseram a Sharia como a lei fundamental. São os princípios da revolução mística, uma democracia celestial que procura velar pelo bem-estar do “homem novo da jihad universal”. Na capital, supostamente, reside o califa Abu Bakr al-Baghdadi, ao qual seus súditos devem submissão e obediência. O califa se encontra em local desconhecido, pois a Coalizão Internacional ofereceu um alto preço por sua cabeça. O medo da cúpula dirigente de sofrer um ataque de caças-bombardeiros ou de drones faz com que se escondam sob a terra e não utilizem nenhum aparato eletrônico para ser localizados. Algumas testemunhas afirmam que apenas se movimentam à noite, disfarçados de mulheres, para não levantarem suspeitas. Seu círculo de colaboradores é muito seleto, pois sabem que existem espiões estrangeiros infiltrados entre suas fileiras.

As bandeiras pretas da Shahada adornam as ruas e avenidas como sinal de soberania e orgulho pátrio.
Bem poderíamos qualificar esta atitude de nacionalismo islâmico, pois existe a firme intenção de ressuscitar o califado e recuperar as raízes e tradições seculares. Para recobrar a identidade é necessário um retorno ao passado glorioso e reviver a época do profeta Maomé. Especialmente, busca-se resgatar a pureza do Din que se viu contaminada pela modernidade, completamente contrária ao espírito da ‘suna’. Alguns qualificarão isto de utopia romântica; outros de um novo renascimento comparando-o com a expansão do islã nos séculos VII e VIII, que atingiu os lugares mais ignotos do planeta. Para os jihadistas, o máximo inimigo dos muçulmanos é o imperialismo, assim como advertiu, nos anos 1960, o ‘rais’ egípcio Abdel Nasser, fundador do movimento pan-arabista leigo. Posteriormente, a revolução islâmica do imã Jomeini deixou bem claro o caminho para a jihad.

O Estado Islâmico tem um componente muito exaltado de nacionalismo, de pertença a um povo, a uma raça, a uma religião. O Alcorão como fonte ideológica marca as linhas mestres do sistema de governo, abarcando o âmbito socioeconômico, administrativo e jurídico. Se no século XIX, na Europa ocorreu o fenômeno dos estados nacionais, não nos deve estranhar que algo similar aconteça com o Estado Islâmico. O islã foi criminalizado e esta é uma reação ou um ato de defesa própria no resgate de seus valores, de sua honra e orgulho. Durante séculos, o Ocidente utilizou o poderio tecnológico e militar para impor seus princípios e proteger seus interesses geopolíticos na região. Como é o caso da atual globalização capitalista, onde o materialismo, o individualismo e o pensamento único imperam sobre a fé e a espiritualidade. O Din da profecia e o temor a Deus foram manchados por completo. Por isso, fala-se que uma nova cruzada - neste caso judaico-cristã - assola o Oriente Médio.

Raqqa é uma cidade entrincheirada e à beira do colapso. Por todas as partes se constroem bunkers e fortificações, diante do iminente assalto das forças o exército sírio, apoiadas pelos milicianos do Hezbollah, Iraque e da aviação russa. Na capital do califado, a vida transcorre sob uma grande tensão e paranoia. Os milicianos empunhando suas armas de rigoroso luto e encapuzados desfilam pelas ruas, prontos para ocupar as posições de vanguarda. O lema é nenhum passo para trás, quem retrocede ou se rende é considerado um traidor e merece ser executado. Não existe nenhum minuto de descanso, pois os bombardeios aéreos e o fogo de artilharia são constantes e permanentes. A ofensiva pretende cortar as comunicações com Alepo, a fronteira turca, e a cidade de Mossul, no Iraque, que é de onde vêm suas fontes de abastecimento logístico e fornecimentos bélicos. A paisagem que impera na cidade é ruinosa e caótica, a circulação reduzida, pois nas ruas e avenidas se acumula o lixo, os entulhos e os ferros retorcidos. Por todas as partes se respira um intenso odor azedo e putrefato. Em meio a tanta desolação, cachorros, ratos e abutres disputam qualquer pedaço de carniça. São as leis da sobrevivência que não só concernem ao ser humano, mas também ao reino animal.

Os cidadãos formam longuíssimas filas nas ruas, ansiosos por conseguir artigos de primeira
necessidade como farinha, arroz, óleo, açúcar, gasolina e água potável. As centrais elétricas foram danificadas pelos bombardeios e só se obtém energia graças aos geradores elétricos, alimentados com diesel ou gasolina. Faltam remédios, enfermeiras e médicos nos hospitais. As operações muitas vezes são realizadas sem anestesia. Os cadáveres se amontoam no necrotério, cobertos por enxames de moscas diante da falta de refrigeradores. Como é de supor, as mulheres são obrigadas a vestir o niqab e não podem usar cosméticos e perfumes, com exceção do khol, almíscar e hena. Todas devem exibir em público um comportamento modesto e pudico. A função da mulher em uma sociedade patriarcal se circunscreve aos trabalhos do lar e ao cuidado com os filhos. Porém, em razão da guerra recebem instrução militar e é comum vê-las com o kalashnikov patrulhando as ruas. Desde então, adquiriram alguns direitos que jamais sonharam em desfrutar.

Dado o alto número de mortes, torna-se imprescindível elevar o índice de natalidade. Daí, que é fomentada a poligamia e a união com as escravas sexuais ‘kufares’ capturadas. O futuro do Califado depende do bom comportamento da curva demográfica.

Os homens devem igualmente demonstrar um comportamento reto e pulcro. É aconselhável que usem roupas pouco justas ao corpo e que deixem a barba crescer em homenagem ao profeta Maomé. As cores chamativas não são as mais recomendáveis e é por isso que o branco, o preto e o verde - que é a cor do islã e do Alcorão – dominam o ambiente. Ainda que exista o paradoxo de que a cor vermelha do sangue é a que causa uma maior euforia e êxtase. Fica terminantemente proibida a música, os instrumentos musicais ou os bailes. Só é permitido o ‘nasheed’ ou a recitação do coro de vozes masculinas, que sublima o martírio e repete os versículos do Alcorão mais revolucionários. Estes louvores se ampliam a todo volume, por meio dos ‘sound systems’ de seus jipes e automóveis ou nos equipamentos de som das tendas e comércios.

O tabaco e o álcool são severamente perseguidos, pois são vícios próprios dos ‘kufares’ ou hereges. Para dissuadir os possíveis consumidores, são feitas contínuas queimas de carteiras de cigarros e destruição de garrafas de álcool. Os reincidentes são castigados com chicotadas ou amputação das mãos. A censura chegou a proibir os canais de televisão estrangeiros que são captados via satélite, pois incitam os baixos instintos e a libertinagem. Inclusive, as partidas de futebol, os filmes de aventuras e as telenovelas, que tanto furor causa no Oriente Médio. Segundo os ‘irhabiyin’, a televisão é o principal meio de corrupção da sociedade muçulmana. Algo com o qual concordam os mais radicais wahabitas sauditas. É por isso que os fiéis devem reconhecer seus pecados com a ‘tawba’ ou o arrependimento após ter se distanciado da palavra de Alá.

Os tribunais de justiça compostos pelos ‘al qadis’ aplicam severamente o ‘takfir wal-Hijra’, que declara que aqueles que não cumprem todos os preceitos da ‘suna’ são falsos muçulmanos. Algo que pode provocar a excomunhão e, portanto, a condenação à morte. Em suas praças, ocorrem execuções públicas, crucificações, amputações e decapitações para que sirvam de aviso a todo aquele que ouse transgredir as leis divinas.

Foram abertas muitíssimas escolas islâmicas para que ofereçam auxílio espiritual à população e aos combatentes. É imprescindível pregar as maravilhas do martírio e a recompensa suprema que receberão os santos guerreiros ou muyahidines no paraíso. A aprendizagem das ciências islâmicas, a recitação do Alcorão e o estudo do ‘hadiz’ são as matérias mais destacadas na educação. Também foram fundadas escolas de suicidas, tanto para homens como para mulheres, onde os candidatos eleitos se preparam psicologicamente para se imolar nas operações de martírio.

As igrejas cristãs foram profanadas e suas imagens destruídas. As fachadas das mesmas foram
pintadas de preto com inscrições alegóricas à guerra santa. A maioria dos cristãos teve que fugir para o Curdistão ou Turquia, exceto os que preferiram se converter ao islã. Aqueles que desejam permanecer fiéis a sua fé devem pagar o imposto ‘yizia’, caso queiram gozar de proteção e respeito.

Os restos arqueológicos pertencentes a ‘Yahilia’ ou a idade da ignorância (período anterior ao islã) sofreram o violento ataque dos censores fundamentalistas, que com escavadoras e outras ferramentas sumiram com peças preciosas do museu de arqueologia de Raqqa. Como é o caso dos gigantescos leões assírios que adornavam o pátio de entrado deste local.

No momento da oração, as mesquitas ficam completamente lotadas e muitos fiéis precisam ocupar as ruas e as praças para cumprir suas obrigações espirituais. A política religiosa ou ‘Hisbah’ sempre está vigilante para que sejam executadas rigorosamente as ordenanças emanadas da Al-Shura.

As pessoas costumam dedicar o tempo de ócio para assistir a projeção de vídeos didáticos, montagens e documentários que exaltam o heroísmo dos 'mujahidin' no campo de batalha. Dá-se especial ênfase às operações suicidas e ao último adeus de seus protagonistas, para que sirvam de exemplo aos futuros mártires. A máxima celebração na cidade não pode ser outra que o ramadã, o Laylat al-Qadr, a Festa do Sacrifício, o Eid al-Fitr e as celebrações do profeta Maomé.

No dia da ‘salat Yuma’, são repartidos doces e presentes com as crianças. As pessoas passeiam pelos parques, os jardins ou ao longo da margem do Eufrates. Os mais beatos preferem se dedicar a aprendizagem do Alcorão, nas mesquitas, ou a recitar os ‘suras’ em voz alta. Outra atração é assistir as pompas fúnebres que se realizam no cemitério central em honra aos mártires caídos na jihad. Mas, talvez, o entretenimento favorito de muitos seja o de contemplar as execuções públicas, onde os verdugos não tremem a mão na hora de degolar um apóstata ou no momento de cortar a cabeça de um ‘kufar’ com a espada. As ocasiões que despertam maior excitação são as lapidações de adúlteras ou a execução de homossexuais lançados de terraços. Existem, além disso, outros lugares para relaxar como são os cafés e casas de chá, onde é possível se conectar a Internet – ainda que a conexão seja muito defeituosa, bem como o sinal da telefonia móvel. As comunicações sofrem intervenções e interferências por causa da guerra eletrônica realizada pela Coalizão. Os serviços públicos como a eletricidade e a água potável, há meses, são deficientes e permanecem racionados. Ao cair da noite, a cidade desaparece nas trevas, temerosa dos bombardeios aéreos e do lançamento de mísseis.

Ainda muito cedo, são abertos os postos de mercado onde os vendedores exibem uma grande variedade de frutas, verduras e hortaliças frescas de produção local. As peixarias são as melhor abastecidas, pois se pesca muito no rio Eufrates. Nos armazéns são empilhados os produtos procedentes do contrabando como enlatados, bolachas, bebidas refrescantes, leite em pó, cacau, chá, óleo ou chocolate. Porém, o consumo se viu minado pela dramática situação econômica que brota com a miséria.

Assim como na maior parte dos mercados que existem no Oriente Médio, a maioria dos produtos e artigos de consumo é de origem chinesa. O ‘made in China’ é muito popular por seus preços baixos e, por isso, existe uma ampla oferta de aparelhos eletrônicos, vestidos, sapatos, cosméticos, sabões, detergentes, louças e objetos de plástico, ferramentas e tecidos.

A Câmara Financeira Muçulmana cobra rigorosamente de todos os comerciantes o imposto de guerra, de acordo com o que estipula as normas da Sharia. Em breve, entrarão em circulação cédulas e moedas denominadas ‘dinares’, com as quais tentarão romper a dependência do Dólar e do Euro. O islã, por princípio, é anticapitalista e não permite a usura, nem a especulação.

O drama da guerra e a crise social que desata fazem com que se estreitem ainda mais os laços de solidariedade. Por isso, as refeições se transformam em um gigantesco piquenique ao ar livre. As pessoas se sentam no chão com as pernas cruzadas, não sem antes fazer as purificações e orações como manda a ‘suna’. A comida é um ritual sagrado e de adoração que começa com o típico ‘bismillah’; em uma bandeja de alumínio são colocados os pratos de plástico chineses, o humus, ‘mutabel’ e ‘falafel’ adornados com rodelas de tomate, pepino, cebola e salsa. Depois, cada um, com um pedaço de pão na mão, vai beliscando o que mais lhe apetece. Os alimentos precisam ser ingeridos com a mão direita e ao terminar as pessoas devem pronunciar o clássico ‘alhamdulillah’ para agradecer a Alá pelos favores recebidos. Resta dizer que a comida é um código de identidade muito importante, assim como expressa um ‘hadiz’ de Ibn Majah: “comam juntos e não separadamente, porque as bênçãos de Alá vêm com a companhia”.

A reportagem é de Carlos de Urabá, publicada por Rebelión, 11-11-2015. A tradução é do Cepat.